18/11/2011

A experiência


"The girlfriend experience", pessimamente traduzido como "Confissões de uma garota de programa", é como o título fala uma experiência de Soderbergh. O que era para ser o trunfo do filme, utilizando a ´renomada´ atriz pornô Sasha Grey, acaba se tornando algo deslizante. Apática e com o ar constante de querer ser alguém importante é justamente o objetivo da personagem no filme, porém fica a impressão de que a atriz não consegue fazer mais do que isso nem em momentos mais tensos como uma briga com o namorado.
O diretor repete o que faz de melhor, a colcha de retalhos cronológica que se vê em filmes como Ocean´s 11, 12, 13 e Contágio, várias situações, encaixe perfeito. Nesse caso foca a acompanhante de luxo Chelsea e as pessoas envolvidas com ela: seu namorado, seus clientes e alguns outros que pretendem fazer negócio com Chelsea. Como crescer nesse ramo, vencer a concorrência, agradar e fidelizar a clientela são alguns entraves que ela encontra, o que passa desapercebido para muita gente que pensa somente na difícil-vida-fácil. Porém a inclusão do assunto economia atual e a dificuldade de se manter um relacionamento destoam do objetivo principal do filme, que mesmo assim tem menos de 80 minutos.
Trilha acertada, fotografia impecável, planos simples e objetivos dão um estilo refinado, porém falar deve-se dizer que isso supera a história e as atuações.

01/03/2011

Limites e Clássicos


Qual a vitória da gata no teto de zinco quente?
Ficar lá o máximo de tempo que ela pode.

Até onde conseguimos levar algo? O "empurrar com a barriga" nos deixa anestesiados até o estopim.

Você já conseguiu levar uma mentira, uma farsa, o que for, por muito tempo? Isso te fez mal ou chegou a um ponto de virar um jogo? Virou parte integrante da sua vida?
Elizabeth Taylor no auge da sua beleza e Paul Newman com atuação impecável patinam nesse limiar em um dos primeiros filmes do estilo "não somos tão felizes como aparentamos", sendo "Apenas uma vez" um dos mais recentes desse tipo.
Consegui me ver em certas situações, o que deixa um mal estar pelas lembranças. Quando você "deixa passar para evitar o stress", será que não acumula dentro de você?
Conseguimos realmente deixar de lado? Certas vezes solto tudo, mesmo sabendo que vou ter algo bem grande pela frente, só para tirar aquilo preso na garganta.


Filmes clássicos. Estilo bem diferente. Não é para todo mundo e ponto final. Não é sendo esnobe, é questão de gostar, de ter o costume, de saber o porquê de ser daquele jeito, e o melhor de tudo, notar a evolução gostosa que o cinema continua fazendo.

03/12/2010

25 anos

Aniversário é uma data muito gostosa para mim.
Sempre gostei de receber o carinho das pessoas que me rodeiam. Reencontrar muita gente que não vejo durante o ano, papear nem que seja por 10 minutos. E os abraços... ah, os abraços. Por mais que muitos façam no automático, eu geralmente demoro aqueles 2,1 segundos a mais para sentir a outra pessoa.
(não sou tarado)
Sou apegado ao contato. Um aperto de mão pode ser muita coisa. Poxa, até roçar o braço, dependendo da situação é algo extraordinário.

Renovação.
Esse é o tipo de energia que preciso no ano que começa para mim.
Sem stress.
Alegria.
Sem medo de mais um número. Até os 30, acho que os números são até legais.
25 é genial. Soa bem. Not too young, not too old. Just perfect.

02/10/2010

Hoodoo

Come to be
How did it come to be
Tied to a railroad
No love to set us free
Watch our souls fade away
Let our bodies crumble away
Don't be afraid

08/05/2010

Ma chère Charlotte



Sim, um post para a filha do grande Serge. Não, não associo os dois. Vejo poucas influências musicais e realmente acho que são estilos totalmente diferentes.
O estopim para o post foi um achado hoje: Lemming. Filme francês de 2005 que encontrei por 9,90. A presença da outra Charlotte, a Rampling, foi o outro enorme agrado do filme (tem como não gostar dela?).
Partindo desse filme, vemos que ela escolhe filmes não tão pops, porém substanciais (clichê, hein?). Estou cada vez mais impressionado com as pequenas nuances que Charlotte consegue trazer a qualquer personagem, principalmente nos seus momentos mudos - expressões sutis e incrivelmente naturais.
Sim, é um filme diferente, onde o suspense amadurece muito bem, e tendo em vista que são poucos cenários e personagens, os 4 atores principais o sustentam com perfeição.
Falando das escolhas para filmes, precisa falar de Anticristo? Do sofrimento ao desespero/raiva extremos, vemos a carga que Charlotte consegue transmitir.
Sim, isso é um post de fã.
E em rumos musicais: trip hop, pop, lounge, sacadas de jazz, uma mistura tão deliciosa. Dos seus 3 cds, acerta incrivelmente bem em 2. O primeiro, feito pelo pai, acho que deve ser limado do cenário musical. Aliás, qualquer cd que se chame Lemon Incest, deveria ter esse destino.
O segundo, produzido pelo AIR, precisa falar algo?
Me dizem que elanão canta, só sussura. OK, e dai? Nesse cd, o sussurro foi essencial para todo o clima. Tanto as melodias como as letras se encaixaram perfeitamente ao tom dela.
O terceiro cd: Beck. Ainda me pergunto de onde ela teve a idéia. E como deu certo. A partir desse cd, finalmente entrou em turnê, e com backs que sustentam o lado musical mais violento dela (ressaltando que ainda é bem delicado).
Enfim: dicas: Anticristo para momentos em que você pode se dar ao luxo de ver algo bem pesado, Night Time Intermission para escutar de fundo nas conversas noturnas ao telefone e Tricky Pony para dançar com luzes baixas (dica para strip).

20/02/2010

Surpresas


Engraçado como nos apegamos a certos filmes ou livros... Podem ser até ruins, mas as vezes uma frase ou uma situação podem fazer com que você se apaixone perdidamente por ele.
Ando gostando mais de livros que me intrigam, que me deixam encucado por um tempo. O mais novo exemplo disso é: Breve romance de sonho (Traumnovelle), de Arthur Schnitzler.
Passando os dedos em vários livros, me deparo com esse, bem fino e com uma capa sugestiva. Leio a contra-capa e me deparo com uma ótima surpresa: o livro que originou "De Olhos Bem Fechados", do Kubrick. Leio em dois passos e fico besta em ver como um livro de 1926 é tão moderno e como a transposição para o cinema foi ótima (revi o filme, logo após ter lido). Os temas como obsessão, ciúme, sonhos, sexo e fantasias foram bem retratados numa época que não sabia que ousavam tanto.
Revendo o filme, gostei mais dele. Principalmente por notar como adaptaram de uma forma tão genial.
Há casos que você gosta mais do livro por ter visto o filme, como esse; e há os que deixam você triste por ver que o filme retratou exatamente o livro e não saiu da forma tão legal como você tinha imaginado: gostei menos do livro Estorvo, depois que vi o filme, uma total decepção.
O último filme que me deixou grilado foi "Foi apenas um sonho", que posso fazer uma referência a 2046, que me tocou no mesmo aspecto.
A modernidade, e até as pessoas em minha volta, estão cada vez mais descrentes no amor, achando isso uma coisa natural, como se realmente tudo fosse seguir o ciclo de nascer e morrer. Posso não acreditar nisso? Por que é errado pensar assim? Tudo tem seus trancos e barrancos, mas há como contornar. "A gente conversa, a gente se entende" - lema da Avon que se aplica perfeitamente a isso.
Já em Eyes Wide Shut... qual seria o motivo desse título? Seria algo a ver com os sonhos, ou com as pessoas não querendo enxergar a verdade, ou sendo irônico de um modo Matrix, de que não vemos o mundo como realmente é e pode ser.
A mulher de Kubrick odiava o livro. Ele persistiu. Dizia se tratar de uma história sobre o medo. Já acho que seja sobre ciúmes, ou seria sobre desilusão inconsciente?
Toda a história tem seu estopim quando Dr. Harford fala que qualquer homem iria querer trepar com sua esposa, pois ela é linda. Elogio incomum, porém, compreensível.
A partir disso, Alice, chapada, começa a destrinchar uma discussão, começando pelo óbvio: evolução, feminismo, etc; indo para a linha do: nós mulheres também temos vontade; chegando ao clímax do exemplo vivo dessa vontade. Uma situação descrita que deixa o marido confuso e com raiva (?). Isso o leva a sair pela noite e se encontrar em situações, digamos, incomuns.
Tudo isso poderia ser evitado, foi uma maldita frase, em um momento de fumo mútuo, que levou tudo a quase desmoronar... São as pequenas coisas... que se tornam enormes...
Por que será que dão tanta importância a essas pequenas coisas? Serão importantes, ou as pessoas acabam se apegando a elas para terem algum argumento para soltarem algo a mais? Paciência e compreensão são virtudes. Dizem que são aprimoradas com o tempo. Numa conversa, são essenciais.
Já nos extras do filme, Nicole Kidman diz que tentou deixar seu monólogo perfeito. Kubrick já dizia: ela está chapada, não é para ser perfeito, e além disso, toda discussão as pessoas falam grandes besteiras assim como coisas muito profundas.
E acho que isso pode resumir o filme e uma filosofia que tento seguir faz um tempo que é a de tentar compreender mais o próximo, não tentar se sobrepor, e isso tudo, voltando aos outros dois filmes citados, sendo feito para contradizer a porcaria da nova moda de que o amor é old-fashioned. E dai se for? Posso ter orgulho de ser antiquado?

27/08/2009

À meia luz - 1944

Sim, penso em tornar isso uma mini crítica de filme. E acho que outras pipocarão por aqui.

Gaslight... Boa tradução brasileira, difícil né?

Ingrid Bergman emprestada pelo sr. Selznick, ganhando um Oscar, na minha opnião bem justo.
Resumo: jovem cantora de ópera larga a mesma carreira da tia assassinada para casar com um músico que ela pouco conhece. O marido aos poucos vai tentando a deixar louca para conseguir outras coisas a partir disso.
Quem brilha mesmo é Ingrid, o momentos de confusão, tentando se lembrar de algo que (não) fez.
Já o marido... Poderia ser mais sutil. Assim deixava o público com um quê de dúvida. Gosto de me sentir intrigado, teria sido legal entrar na loucura da Ingrid, o que não acontece em nenhum momento do filme, só cheguei a apreciar bastante a atuação dela.
Vale a pena, por ser um suspense extremamente leve nos tempos atuais, porém, a carga do filme é boa.
Fã de Ingrid agora :)

07/07/2009

Antítese

O recurso de contraste de cena com música é bem recorrente no cinema para chamar a atenção do público, para ironizar, dramatizar, etc. Um exemplo besta seria o da música Nobody but me no massacre dos crazy 88s em Kill Bill, o que faz com que o massacre seja algo divertido, beirando o cômico.
Os que mais me chamam a atenção são os filmes do oriente... Ao meu ver, há um cuidado extremo com fotografia e trilha, que realmente fazem com que você entre no clima da situação mostrada. Exemplos:



Vendo o terror coreano Sapatos Vermelhos nota-se esse aspecto, nos flashbacks apresentados. Os violinos utilizados causam tanto suavidade como podem beirar a tristeza e quem sabe o terror, dependendo da cena, o que é mais notado com notas de piano dispersas (truque muito utilizado em filmes do gênero).



Um outro terror, esse me surpreendendo bastante, foi Espíritos 2, que possui uma narrativa sólida e agrada variados tipos de público. A música é quase que um coadjuvante que se destaca bastante nesse filme.



O que mais mexeu muito comigo foi, sem dúvidas, Oldboy, orbigatório, ponto final.

11/06/2009

Qual o seu limite?

De novo pensamentos vieram depois de filmes, nesse caso, Pathology e The Mist.
O primeiro, muito indicado por uma amiga minha, acabou por se tornar um teen movie bem feito, cruel e cruel e cruel.
Grupinho de médicos patologistas matam pelo prazer de fazer que os colegas não descubram como matou. No caso, um nerd mor, com a vida feita, é influenciado pelo grupo, digamos mais "cool" e influente, sexo, drogas e assassinatos junto com o pacotinho!
O segundo filme, baseado em um conto do sr. S. King, fui por elogios e curiosidade mesmo. Começa bem trash, e vai ganhando ares de bom drama extremista, digo isso no sentido de situações limite.
O que fazer quando algo seu está ameaçado? Seja uma aposta de dinheiro, seja uma disciplina no colégio, seja sua vida... Como você leva isso? E qual o porquê de você tomar a decisão que toma?
O que os dois filmes tem a ver? calma calma... o ponto seria a influência do momento e das pessoas.... Ahh... as pessoas "O inferno são os outros" Tem frase mais verdadeira que essa?
Tão simples e tão ignorada, mesmo estando bem implantada em todos.
Não sou tão bom de trabalhar em grupos, não gosto de 50 opiniões e nenhum acordo, prefiro 3 dúvidas e respostas rápidas.
Uma amiga mesmo já me fala que reuniões são perda de tempo, e muitas das que vou, acabo concordando cada vez mais com ela. Reúna o grupo que você quer falar em específico. Existe um problema? Quer ficar discutindo sobre ele? Não! Procurem a resposta! Resolver é a chave.
Então, voltando ao filmes.. o pouco que tem em comum é: influência e momento.
Você age pelo seu estado de espírito do momento. E todos ao redor, quanto mais falam, deixam você mais maluco. Não sou fã de pessoas com grande influência, que sabem que tem esse poder e se você pega no calcanhar, elas não querem admitir.
Sou amigo de pessoas com, digamos, certo porte, certo poder de palavra, mas, sabem escutar e descem do pedestalzinho quando notam que erram, até eu acho que tenho disso.
Mas, me chateia sabe? pessoas que não querem nem tentam entender, a pessoa está com problemas? Se a pessoa for resolver, afetaria um pequeno problema seu? Tente ver a média, sacrifícios valem a pena.
Estranho eu me mostrar pacífico assim :P
Mas, uma coisa boa que vejo a cada dia é o cultivo das amizades, e não, não meeeesmo, não é por interesse. Digo que amizade mesmo é feita de retribuições e gestos gratuitos. E isso sim, é difícil de achar.



Cadê?

29/04/2009

Oh yeah!



Tem como se viciar pela terceira vez na vida em Barry White nos seus 23 anos?

Sim, o cara é phoda.

1 ano!

Sim, Hoje fui me tocar que já completei 1 ano de natação!

Corpo sem mudanças, porém tchau fisioterapia! um bom alívio...